31 janeiro, 2010

Avaliação de uma estratégia no tratamento e prevenção da obesidade em cães

ensaio clínico


Introdução

A obesidade é a doença nutricional mais comum em animais de companhia (Sloth, 1992).

O sucesso do tratamento baseia-se na restrição energética bem como na adesão total do proprietário, sua motivação, as alterações de comportamento alimentar, o exercício físico e o acompanhamento do animal após a dieta.
Qualquer que seja a dieta escolhida, o princípio é fornecer uma quantidade limitada de energia com o objetivo de induzir uma restrição ponderal, fornecendo nutrientes suficientes especialmente as proteínas para evitar a perda de massa muscular (Hannah, 1999).

Protocolo expeperimental


O ensaio foi realizado com 8 cães adultos da raça Beagle: 4 machos esterilizados e 4 fêmeas inteiras, obesos crônicos (Tabela 1).


Os critérios de inclusão são os seguintes: excesso ponderal de pelo menos 30%, obesidade instalada depois de ao menos 1 ano e exclusão de toda forma de obesidade secundária. Durante um período basal de 3 meses durante o qual os animais obesos receberam todos a mesma dieta os testes hormonais e bioquímicos permitiram excluir desordens endócrinas. Os cães foram divididos em 2 grupos comparáveis com base no sexo e excesso ponderal e cada grupo recebeu o alimento experimental rico em proteínas (DP) ou um alimento comercial rico em fibras alimentares (controle) (Tabela 2).Inicialmente, cada cão recebeu a mesma quantidade de alimento dietético que o alimento que ele recebia durante o período basal e esta quantidade foi ajustada individualmente até a obtenção de uma perda de peso regular da ordem de 1 a 2 % por semana.

O peso e o score corporal foram objetos de estudo. Amostras de sangue foram recolhidas a cada 15 dias para a dosagem de enzimas hepáticas, lipídeos sangüíneos e potássio. A composição corporal (água corporal total, massa magra e gorduras) foi determinada por diluição após injeção de


TABELA 1-


Dados referentes aos cães utilizados


Cães Sexo Idade PC inicial Peso cible Excesso ponderal Duração Perda média


(anos) (Kg) (Kg) (%) (dias) (%semana)
1-DP MC 7 23,5 14,7 160 168 2,5
13-DP MC 6 18,2 13,5 134 147 1,7
Fatima-DP F 4 17,3 12,2 142 161 1,8
Babette-DP F 5 20,9 14,4 146 182 1,8
4 MC 7 19,8 14 141 140 2,1
7 MC 7 20,9 14,2 147 168 2,0
Debby F 7 17,6 13,0 135 84 3,0
Fifi F 5 19,5 14,0 139 119 2,3
Média



143,09 146,13 2,15
Tipo ecart



8 32 0

Resultados

Uma restrição energética moderada 980% da necessidade energética de manutenção (NEM) para o peso ótimo em machos e 65% da NEM em fêmeas) induz uma perda de peso mas não é suficiente para manter uma perda da ordem de 1 a 2 % por semana. As necessidades energéticas foram progressivamente diminuídas para atingir 65% das NEM em machos e 45 % em fêmeas para atingir o peso objetivo.

Estes níveis energéticos permitiram observar uma perda de peso semanal média de 2,2 % sem diferença significativa entre as 2 dietas (Tabela 1 & Figura 1) O peso objetivo e o score corporal ótimo foram avaliados 12 a 24 semanas para a dieta controle e entre 21 a 26 semanas para a dieta DP.

As proporções da perda de gordura corporal sendo respectivamente de 80 % para os cães que recebem DP e 70 % com a dieta controle. Conseqüentemente, as perdas de tecido magro sendo de 20 % com a dieta DP e 30 % para a dieta controle (Figura 2).


TABELA 2 -

Composição dos 2 alimentos dietéticos


Análise por 100g DP Cão Controle
Umidade(g) 7,1 9,1
Proteína bruta(g) 44,1 21,6
Gorduras(g) 8,7 7,7
Minerais(g) 6,5 4,7
Fibra alimentar(TDF) (g) 28,6 35,1
Energia (Kcal) 280 237
Conclusão


O alimento DP, contendo uma elevada proporção de proteínas, permite uma melhor preservação da massa muscular ao longo da dieta.


A restrição energética deve ser mais restrita para fêmeas do que para os machos, tanto para induzir do que para manter a perda de peso.

A restrição energética deve ser regularmente adaptada se necessário para manter uma perda de peso constante com o tempo.


REFERÊNCIAS
HANNAH S. (1999) Comp. Cont. Educ. Pract. Vet. 21(11K), 32-33
SLOTH C. (1992) J. Small Anim. Pract. 33, 178-182.
SON H.R., d'Avignon A., Laflamme D.P. (1998) Am. J. Vet. Res. 59, 529-532.




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