ensaio clínico
Introdução
A obesidade é a doença nutricional mais comum em animais de companhia (Sloth, 1992).
O sucesso do tratamento baseia-se na restrição energética bem como na adesão total do proprietário, sua motivação, as alterações de comportamento alimentar, o exercício físico e o acompanhamento do animal após a dieta.
Qualquer que seja a dieta escolhida, o princípio é fornecer uma quantidade limitada de energia com o objetivo de induzir uma restrição ponderal, fornecendo nutrientes suficientes especialmente as proteínas para evitar a perda de massa muscular (Hannah, 1999).
Protocolo expeperimental
O ensaio foi realizado com 8 cães adultos da raça Beagle: 4 machos esterilizados e 4 fêmeas inteiras, obesos crônicos (Tabela 1).
Os critérios de inclusão são os seguintes: excesso ponderal de pelo menos 30%, obesidade instalada depois de ao menos 1 ano e exclusão de toda forma de obesidade secundária. Durante um período basal de 3 meses durante o qual os animais obesos receberam todos a mesma dieta os testes hormonais e bioquímicos permitiram excluir desordens endócrinas. Os cães foram divididos em 2 grupos comparáveis com base no sexo e excesso ponderal e cada grupo recebeu o alimento experimental rico em proteínas (DP) ou um alimento comercial rico em fibras alimentares (controle) (Tabela 2).Inicialmente, cada cão recebeu a mesma quantidade de alimento dietético que o alimento que ele recebia durante o período basal e esta quantidade foi ajustada individualmente até a obtenção de uma perda de peso regular da ordem de 1 a 2 % por semana.
O peso e o score corporal foram objetos de estudo. Amostras de sangue foram recolhidas a cada 15 dias para a dosagem de enzimas hepáticas, lipídeos sangüíneos e potássio. A composição corporal (água corporal total, massa magra e gorduras) foi determinada por diluição após injeção de
TABELA 1-
Dados referentes aos cães utilizados
Cães | Sexo | Idade | PC inicial | Peso cible | Excesso ponderal | Duração | Perda média |
---|---|---|---|---|---|---|---|
(anos) | (Kg) | (Kg) | (%) | (dias) | (%semana) | ||
1-DP | MC | 7 | 23,5 | 14,7 | 160 | 168 | 2,5 |
13-DP | MC | 6 | 18,2 | 13,5 | 134 | 147 | 1,7 |
Fatima-DP | F | 4 | 17,3 | 12,2 | 142 | 161 | 1,8 |
Babette-DP | F | 5 | 20,9 | 14,4 | 146 | 182 | 1,8 |
4 | MC | 7 | 19,8 | 14 | 141 | 140 | 2,1 |
7 | MC | 7 | 20,9 | 14,2 | 147 | 168 | 2,0 |
Debby | F | 7 | 17,6 | 13,0 | 135 | 84 | 3,0 |
Fifi | F | 5 | 19,5 | 14,0 | 139 | 119 | 2,3 |
Média | 143,09 | 146,13 | 2,15 | ||||
Tipo ecart | 8 | 32 | 0 |
Resultados
Uma restrição energética moderada 980% da necessidade energética de manutenção (NEM) para o peso ótimo em machos e 65% da NEM em fêmeas) induz uma perda de peso mas não é suficiente para manter uma perda da ordem de 1 a 2 % por semana. As necessidades energéticas foram progressivamente diminuídas para atingir 65% das NEM em machos e 45 % em fêmeas para atingir o peso objetivo.
Estes níveis energéticos permitiram observar uma perda de peso semanal média de 2,2 % sem diferença significativa entre as 2 dietas (Tabela 1 & Figura 1) O peso objetivo e o score corporal ótimo foram avaliados 12 a 24 semanas para a dieta controle e entre 21 a 26 semanas para a dieta DP.
As proporções da perda de gordura corporal sendo respectivamente de 80 % para os cães que recebem DP e 70 % com a dieta controle. Conseqüentemente, as perdas de tecido magro sendo de 20 % com a dieta DP e 30 % para a dieta controle (Figura 2).
TABELA 2 -
Composição dos 2 alimentos dietéticos
Análise por 100g | DP Cão | Controle |
---|---|---|
Umidade(g) | 7,1 | 9,1 |
Proteína bruta(g) | 44,1 | 21,6 |
Gorduras(g) | 8,7 | 7,7 |
Minerais(g) | 6,5 | 4,7 |
Fibra alimentar(TDF) (g) | 28,6 | 35,1 |
Energia (Kcal) | 280 | 237 |
Conclusão
O alimento DP, contendo uma elevada proporção de proteínas, permite uma melhor preservação da massa muscular ao longo da dieta.
A restrição energética deve ser mais restrita para fêmeas do que para os machos, tanto para induzir do que para manter a perda de peso.
A restrição energética deve ser regularmente adaptada se necessário para manter uma perda de peso constante com o tempo.
REFERÊNCIAS
HANNAH S. (1999) Comp. Cont. Educ. Pract. Vet. 21(11K), 32-33
SLOTH C. (1992) J. Small Anim. Pract. 33, 178-182.
SON H.R., d'Avignon A., Laflamme D.P. (1998) Am. J. Vet. Res. 59, 529-532.
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