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A parvovirose é uma doença contagiosa, surgida nos Estados Unidos e na Austrália em 1978, e que actualmente existe no mundo inteiro. É causada por um vírus da família dos Parvoviridae, muito resistente no meio ambiente. As espécies sensíveis são exclusivamente os Canídeos. |
Em geral, esta doença traduz-se por uma gastroenterite hemorrágica. Depois de três ou quatro dias de incubação, começa a fase crítica. Durante esta fase, o cão está inicialmente prostrado e anoréctico. Surgem, então, vómitos que precedem, por pouco, o aparecimento da diarreia de aspecto hemorrágico. Depois de quatro a cinco dias de evolução, as fezes assumem um aspecto rosa-acinzentado, característico desta doença infecciosa. |
A evolução pode ser hiperaguda, na qual o cão se desidrata de forma muito significativa e morre em dois ou três dias, e aguda, com diminuição do volume sanguíneo, ocasionada pela diarreia e vómitos. Neste caso, as infecções bacterianas suplementares levam o animal à morte em cinco a seis dias. Os animais que não morrem no quinto dia ficam curados. |
A mortalidade mais significativa que se observa é a dos cachorros de pouca idade com seis a doze semanas, ou seja, no momento em que a protecção conferida pelos anticorpos de origem materna desaparece. Existe também uma forma cardíaca, muito rara, que afecta exclusivamente os cachorros de 1 a 2 meses de idade que não receberam imunidade da sua mãe. Após um curto período de dificuldades respiratórias, a doença evolui geralmente para a morte. Os cachorros que sobrevivem conservam sequelas cardíacas. Finalmente, vários cães podem estar infectados sem apresentarem sintomas. |
O contágio de um cão a outro pode ser directo, por contacto entre os dois animais, ou indirecto, por intermédio dos objectos contaminados pelas fezes de um animal contaminado. |
O vírus penetra por via oral ou nasal, depois multiplica-se nos gânglios, antes de se disseminar pela circulação sanguínea entre o segundo e o quinto dia. É eliminado nas fezes do quarto ao nono dia. Depois da disseminação do vírus por via sanguínea, ocorre uma infecção intestinal devido à destruição das células do tubo digestivo, após a multiplicação do vírus nestas. O vírus é excretado, em grande parte, pelas matérias fecais e, secundariamente, pela urina e pela saliva. Os cães jovens e os idosos são os mais susceptíveis à infecção. |
Diagnóstico, tratamento e prevenção |
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O diagnóstico é praticamente impossível de ser estabelecido com segurança num animal isolado, mas é relativamente fácil num grupo. Neste caso, estamos em presença de uma doença muito contagiosa, que atinge cães de seis a doze semanas de idade, cuja mortalidade é de 50 %. Além disso, alguns animais apresentam uma gastroenterite hemorrágica e aqueles que conseguem ir além do quinto dia curam-se rapidamente. Os exames de laboratório podem ser utilizados para confirmar o diagnóstico, seja evidenciando o vírus nas fezes, seja através da identificação de anticorpos específicos desta doença no sangue (estando estes anticorpos presentes a partir do aparecimento da diarreia). É possível implementar um tratamento sintomático com a finalidade de fazer cessar os vómitos e a diarreia, rehidratar o cão durante aproximadamente quatro dias e evitar as infecções bacterianas suplementares nas lesões ocasionadas pela multiplicação das partículas virais nas células do tubo digestivo. |
Nas criações de cães, a implementação de uma profilaxia sanitária é fortemente aconselhável. É necessário desinfectar os locais contaminados com lixívia e colocar os animais introduzidos no grupo em quarentena (o interesse desta medida é limitado pela grande resistência do vírus no meio ambiente, particularmente na pelagem). Além disso, existem vacinas que protegem os cachorros contra a parvovirose a partir das oito semanas de idade. |
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