30 janeiro, 2010

As Leptospiroses




São causadas por bactérias, vírus e, por vezes, endoparasitas. A maioria destas doenças pode ser evitada por meio de vacinação. São frequentemente fatais.


São doenças contagiosas devidas a micróbios do género Leptospira; envolvem diversas espécies e são transmissíveis ao ser humano. No cão, há dois grupos principais, chamados serotipos: são denominados Leptospira icterohaemorragiae e Leptospira canicola. Estas doenças ocorrem no mundo inteiro, em particular nas regiões húmidas e nos agrupamentos de cães.


As leptospiroses manifestam-se sob diferentes formas clínicas, conforme o serotipo envolvido. Em primeiro lugar, o cão pode apresentar uma gastroenterite hemorrágica, causada pelos serotipos acima citados. Esta gastroenterite existe sob uma forma aguda: depois de cinco dias de incubação, o cão torna-se abatido, prostrado, anoréctico, com polidipsia (aumento da sede). Apresenta uma hipertermia significativa durante dois a três dias, ocorrendo depois uma hipotermia. A palpação abdominal é muito dolorosa. Em seguida, começa o período crítico, com uma duração de cinco a seis dias, durante o qual aparecem sinais digestivos (vómitos que se tornam sanguinolentos, diarreias hemorrágicas), bem como hemorragias nas mucosas e na pele, uma inflamação da mucosa bucal, que exala um odor fortemente desagradável, e uma insuficiência renal aguda (diminuição da quantidade de urina excretada, podendo esta estar manchada de sangue). Podem também surgir complicações nervosas, oculares, cardíacas e pulmonares. Instala-se, então, uma fase de coma que evolui para a morte.


Esta gastroenterite também pode existir sob uma forma hiperaguda: a doença evolui para a morte em 48 horas, depois de um período de hipotermia acompanhado por vómitos e diarreia, antes do cão entrar em coma


Existe uma outra forma subaguda, com uma duração aproximada de duas semanas, que pode resultar na cura do cão após a fase de gastroenterite.


Existe uma segunda forma, devida, neste caso, unicamente à Leptospira icterohaemorragiae, denominada de leptospirose ictérica. A incubação dura entre cinco a oito dias, depois o cão apresenta febre durante dois dias que é substituída, em seguida, por hipotermia, abatimento e dores abdominais. O cão torna-se anoréctico. Ocorre, então, a fase crítica, em que as mucosas assumem um tom vermelho alaranjado, característica da icterícia. A ela estão associados sintomas digestivos, diarreia e vómitos. Esta forma evolui para a morte em cinco a quinze dias.

A terceira forma existente deve-se à Leptospira canicola. Trata-se da nefrite por leptospira. Esta doença pode evoluir conforme duas modalidades: rápida, com predominância de uma gastroenterite, ou lenta. Neste último caso, a doença só pode ser diagnosticada na sua fase terminal, a uremia (forte aumento do teor de ureia no sangue). O cão morre no final de uma fase de coma urémico.

Diagnóstico

O diagnóstico da leptospirose baseia-se no exame do animal, sendo os sintomas relativamente característicos. Os exames de laboratório permitem evidenciar as leptospiras no sangue, antes do oitavo dia, e na urina, depois desse prazo. O diagnóstico baseado na pesquisa de anticorpos só é possível a partir do décimo dia.


Os cães podem contaminar-se directamente por mordeduras, lambidelas ou pelo simples contacto com um cadáver. A água dos lagos, rios ou os objectos contaminados por urina podem levar a uma contaminação indirecta. As leptospiras penetram pelas mucosas ou por via cutânea, por intermédio de uma ferida. As excreções e secreções dos animais doentes são fontes de germes, tal como o sangue, no início da infecção, e a urina depois do oitavo dia, durante alguns meses. É possível tratar os cães afectados pelas formas subagudas e crónicas graças a determinados antibióticos. Pode ser adoptada uma profilaxia sanitária, que consiste em evitar contaminação das águas, destruir os vectores, ou seja, os roedores, bem como desinfectar os locais. Existem vacinas, que conferem aos cães uma imunidade relativamente eficaz. A duração máxima do efeito é de seis meses e devem ser utilizadas em áreas de maior risco.


O cão pode espalhar leptospiras, perigosas para o ser humano, ficando este sujeito a desenvolver uma icterícia similar àquela observada no cão.

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